sexta-feira, 2 de abril de 2010

o eterno retorno do velho sábio
se perdura
o mesmo dia do mesmo mês em todos os anos
revivo momentos de espera
revivo a dor do instante
revivo o ácido na boca
a espinha gelada
a respiração
a tontura das pernas
os ruídos incessantes
olhares do corredor
jalecos e janelas - torpor
o corte agudo na carne
a vida
rompida
em mim
ao nascer para o mundo
revivo o doce salgado das lágrimas
do rosto que se revela
e o reconhecimento da mão tesa sobre as suas
frágeis mãos que agora me buscam
no frio
do fora
sinto o cheiro
dos pelos ralos em sua cabeça
da minha própria pele
do sangue que seca
no corpo que te embala
sinto-me bicho
com a precisão exata
de ser mãe
como agora - 12 anos depois com a chegada do menino Renzo

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