sexta-feira, 9 de setembro de 2011

tenho um par de pedras castanhas
como algo que me sustenta
não posso ficar refém delas
nem suspendê-las em definitivo

tenho um par de castanholas
que mexem elegantes
direcionadas ao meu corpo que se mexe
não sei exatamente o que me dizem
dançam sob o foco de suas matizes
brilhantes

Danço castanholas
como uma cigana
que vai ao encontro
do que a convida

a vida
é mais que música e dança
tem ainda sapatilhas
plátanos
soam odor madeira seca no caminho madrugada fresca
como pontas dos pinhos arvoredos
soam novidades
lua cheia sobre o rio pleno
soa saudade
não posso aportá-los - todos
prendo - compreendo inteiros pelas ruas que passo
ruas jardins
ruas espaços vazios
ruas cafés
ruas silêncio
ruas barulho de gente
cada lugar tem o seu sentido
alguns olfato
outros oLvido
amo cada chão que piso
e se o tempo é relativo
despertar física poesia
é voar sem asas
cheirar flores sem pétalas
e navegar concreto
contraponto de partida